"Challenge" - 7 de Junho 2012
Algueirão - Torres - Alguerião ~125km
Brutal! Não recomendável a quem não
tem já muitos quilómetros nas pernas.
Esta volta nasce de uma tentativa falhada de arranjar transporte para fazer
o nosso já tradicional Torres-Algueirão
mas por um percurso interior. Os comboios, nada, o autocarro, um bocadinho
caro para tão curta distância. Nasceu o Challenge 120km que
afinal teve 125K.
Às 07h15 estavam todos menos eu, no último momento as minhas
entranhas quase me traíram
mas a coisa recompôs-se mesmo a tempo e exatamente às 07h23m32s
o grupo de 10 aventureiros iniciou a pedalação.
Muita conversa, muito entusiasmo e espectativa acompanhado de muitos “só
falta 112km, só faltam 108kms…”. Seguimos até Santa
Eulália via Almargem do Bisco e monte Rebolo, tudo por caminhos já
nossos conhecidos. Só depois de passar a Santa Eulália é
que entrámos em novos trilhos e depois de subir a Santo Estevão
da Galé é que tivemos a primeira descida do dia, um belíssimo
zig-zag até ao fundo do vale, não fossem a ovelhas e teria sido
sempre a fundo.
Animados com este vislumbre do que nos esperava, rolámos até
Rogel onde nos esperava a subida até ao ponto mais alto volta com (333metros)
o que não foi difícil pois já vínhamos a mais
de duzentos metros de altitude.
Do alto tem-se um vista magnífica sobre o vale e também da descida
que nos espera.
De inicio foi largar travões, mas rapidamente se teve que os apertar
e com força pois descemos quase 150 metros em pouco mais de 1 quilómetro
e meio num estradão que em nada ajudava a travagem.
Passámos a Freixeira e entrámos em caminhos e estradas secundária
e pouco depois já estávamos do outro lado da A8 para uma sucessão
de agradáveis descidas e subidas até à Póvoa da
Galega onde fizemos a primeira paragem já com mais de 25 quilómetros
nas pernas. Ou melhor a já só faltarem 100 quilómetros.
Parámos num café local para repor energias e acabar com o sumo
de laranja natural que nos soube mesmo bem. Também houve quem aproveitasse
para lavar a vista com as nativas.
Com o pequeno-almoço tomado e cheios de vontade, atacámos a
subida até ao Casal do Vento a que se seguiu uma sequência de
sobe e desce por trilhos e estradões até Pêro Negro que
só por si já fez valer o ter chegado até ali. O menos
bom da história era o facto de estarmos novamente no fundo do vale
e tínhamos pela frente uma sequência de subidas até aos
250 metros seguidas de descidas até ao 87 e novamente até ao
céu.
Esta foi talvez a parte mais dura de toda a volta mas também uma das
mais bonitas com as suas vinhas a estenderem-se pelas encostas das serras
… que tínhamos que subir…
Evitámos a serra do Socorro para não queimar a pilha, mas não
nos escapámos a umas quantas que não lhe ficavam muito longe,
valeu-nos a qualidade dos trilhos a subir serem tão lisos que quase
(…pois…) parecia empurrarem a bicicleta monte acima.
Atravessámos novamente a A8, desta vez por baixo, ali perto da Louriciera
a que seguiu uma
valente subida até perto do moinho do Gaio a que se segui uma merecida
descida para uma entrada em glória em Torres Vedras (quem precisa de
comboio) ainda antes das 12h30.
Bem no centro, amontoámo-nos numa esplanada para umas merecidas sandes
de tudo o que apanhámos acompanhadas de uns sumos de cevada e outros
líquidos certamente menos hidratantes e energéticos.
Paragem curta mas revigorante e pelas 13h10 já se estava novamente
a pedalar mas só até ao monumento ao ciclista onde fizemos a
uma elaborada foto de grupo. Pendurámos tudo com cuidade ee esperanos
não ter profanado nada.
Entrámos na ciclovia, pela qual rolámos a bom ritmo mas muito
conversador até à Foz do Sizandro.
Atravessámos a ponte escondida e algures perto de Coutada festejámos
o estar a meio da volta não sei bem se pela alegria de já só
faltarem 60 quilómetros ou de ainda faltarem 60 quilómetros.
Subimos o estradão junto á falésia mas contivemo-nos
e não nos aventuramos nos apetecíveis trilhos laterais pois
tínhamos que poupar a pilha e alguns ainda se lembram onde a gastaram
da última vez.
Ali para os lados de Cambelas já alguns acusavam os quilómetros
mas curiosamente foi coisa que passou por todos e de que todos recuperam.
Continuámos, umas vezes junto ao mar, outras mais para o interior sempre
em grande pedalação mas sabíamos que nos esperava uma
valente subida logo depois praia da Assenta.
Não mudou nada, continua a ter que se fazer à mão.
Rolámos por Porto da Cola até á praia de São Lourenço
onde se optou por fazer a acrobática travessia de bicicleta às
costas por cima das pedras mesmo junto ao mar. Com a maré cheia e algumas
ondas fortes mais fortes estivemos a ver levávamos um banho. No final
tudo correu bem e parámos uns minutos para trincar qualquer coisa junto
ao velho forte.
Atravessámos a praia dos Coxos onde o nosso amigo “Gato”
não resistiu e atirou-se ao mar … vestido. Alegou que era para
se acalmar devido ás beldades que por ali andavam ao sol.
Continuámos pelos trilhos junto ao mar e para outro parte que não
se esquece, a descida até à praia de Ribeira d´Ilhas.
Mas que fantástico sobe e desce com curvas para todos os lados.
Ribeira d´Ilhas significa “grande subida” em dialeto “bicicletês”,
mas a coisa agora está melhor (sobe-se na mesma) pois fizeram um passeio
ao longo da estrada e já não é necessário fazer
a subida a fugir aos carros.
Ericeira à vista. Entrámos na ciclovia e rolámos até
ao centro para mais uma merecida paragem junto à praia dos pescadores
onde nos deliciámos com os gelados que restavam … curioso …
tudo aquilo que pedaimos nos “tascos” ao longo do caminho tinha
sempre uma estranhamente comum resposta “acabou mesmo agora, mas temos…”.
Seria do nosso cheiro?
Faltavam
apenas algumas centenas de metros para o GPS mostra os 100 quilómetros,
mas para não se fazer outra paragem fez-se a festa mesmo ali e retomámos
a pedalação.
Primeiro e único incidente do dia, perdemos o Pedro (ou ele perdeu-se
sozinho) e tivemos enviar uma equipa de resgate. Nada de especial, afinal
arrancámos e ele ficou a olhar para outro lado e quando deu por ela
já não nos viu. Telefonou-se logo nos reagrupámos à
saída da Ericeira.
Tinha que se tomar uma decisão, regressar pelo Lizandro ou pela Catrivana.
Ganhou a Catrivana e assim atravessámos o Lizandro e seguimos para
São Julião.
Em São Julião optou-se por subir a falésia pela estrada
evitando a subida em areia. Mostrou-se uma boa ideia pois mais umas pilhas
já começavam a entrar na reserva.
Chegados
ao alto voltámos aos estradões e este era mesmo a direito contornando
a Assafora na direção da Catrivana.
Talvez pelo cansaço os caminho até à Catrivana foram
meio inventados e tivemos mesmo que fazer uma paragem para repor energias
quase ponderando a necessidade de efetuar uma recolha. Afinal foi coisa pouca
e uns minutos depois já todos rolavam a bom ritmo.
Feita a ultima subida do dia, a calçada romana, parecia que ninguém
tinha feito já mais de 100 quilómetros, entrou-se num ritmo
quase alucinante e com médias muitas vezes acima dos 20 quilómetros
hora voámos até ao Algueirão onde chegámos às
19h40 mais coisa menos coisa.
Para o pessoal dos números aqui vão os da volta:
Fizemos 125kms em aproximadamente 12 horas com uma média final total
de pouco mais de 10Km/hora, mas a pedalar foram apenas 9h35, assim e com
uma média de 13,2km/hora a coisa já parece mais séria.
Obrigado a todos pela companhia em mais um desafio ... e que grande desafio...
Presenças 2012: foram 10 pois tivemos uma
baixa
Paulo (Dailhélama); Fred (FFF); Jorge Veiga; Violas (Mestre);
Pedro Monteiro; João Ferreira, Zé (Bikes), Luis (Bikes), Jorge
Vieira (Gato); João Paiva; Xico
125kms dão origem a muito vídeo, aqui vai a A
Parte I e A
Parte II do Challenge mais o
Vídeo do nosso amigo FFF
para adoçar. O trilho está no final desta página.
Preparativos:
"Challenge 120km" - 10 de Junho 2014 e 7 de Junho 2012
Mai uma vez, apresento-vos um verdadeiro “Challenge” que certamente
só estará à altura de alguns loucos
Confirmações 2014: a lista vai crescendo
Paulo (Dailhélama); Silvério Gaspar; Nuno Gaspar; Daniel Melo; Lino Roque; João Carrola; João Ferreira; Manuel Garrocho; Marco Rodrigues; Heldocas; Patrícia; Susana; João Alves; Miguel Flores; Hugo; Pedro Monteiro; Fernando Duarte; Paulo Martins?; Pedro Queiroz?; Zé (kotabike)?; Jorge Rodrigues?;
? = não confirmaram
Plano:
Partir do nosso ponto de encontro bem cedinho na direção de
Torres Vedras … de bicicleta … pelos montes e voltar pelo litoral.
O precurso será maioritáriamente fora de estrada e terá
uma paragem na Póvoa da Galega para reforço do pequeno almoço,
seguindo-se nova paragem já em Torres para repor energias. Na ida
o percurso será aligeirado para não se ter que subir muito
(não vamos à serra do socorro por exemplo). O regresso será
ao longo da costa a exemplo de anos anteriores e com as paragens do costume
e alguns atalhos. Prevêem-se 125Km de pedalação,
muito para além do que já alguma vez fizemos, por isso só
o recomendo a quem se sinta com preparação para isso.
Será em autonomia total, não está
prevista assistência! (se existir algum voluntário/a
para fazer a assistência será bem vindo/a)
Quem se quiser juntar a nós para partes do percurso terá
que pensar na forma de se transportar de e para os pontos de encontro.
Meteorologia:
É ir estando com atenção ao tempo mas parece que vamos
ter céu nebulado e mesmo alguns pingos :-).
Horário:
Partida do ponto de encontro pelas 07h15 (confirmado, o
café abre às 07h00) e já com tempo mais que suficiente
para tomar o café.
Chegada ... quando chegarmos ...
A não esquecer:
Bicicleta !!!!(completa!); Comida que chegue para o caminho que água
vai-se certamente abastecendo. Umas moedas para o que der e vier. Os acessórios
do costume para reparar as máquinas e protetor solar.
... e já agora chegar a horas.