Torres
Vedras-Algueirão IV.
"Esta não é para fraquinhos..." 28 de Abril 2013
Finalmente conseguimos um comboio e quase só para nós com as respetivas
bicicletas. Previam-se 30 mas perdemos 3, o nosso amigo FFF ficou doente (duplamente),
outro não apareceu e um terceiro que apareceu conseguiu rasgar um pneu
ainda antes de chegar ao comboio … ficou pelo Algueirão pois o
comboio não espera. Mas como dois foram lá ter acabámos
por ser 29 pedaladores nesta nossa aventura entre Torres Vedras e o Algueirão.
De acordo com o planeado (sim, até já temos plano) os pedaladores
começaram a reunir-se no ponto de partida para o café da manhã
iniciando-se a pedalação até Meleças para chegar
a tempo do comboio.
Aqui um furo (rasgão) arruinou a volta a um dos pedaladores que não
conseguindo resolver o problema teve que ser “abandonado” ainda
a poucas centenas de metros do ponto de partida. Má sorte.
Chegados a Meleças já lá estava o resto do “gang”
e pouco depois já tínhamos o comboio com capacidade para nos transportar
(e até mais alguns) até Torres. Tratámos de encafuar as
biclas e depois de tudo bem arrumadinho lá fomos à “boleia”
até Torres.
Muita conversa, muita fotografia e um pequeno-almoço reforçado
depois e já estava-mos a descarregar as biclas em Torres Vedras. Mais
uma viagem “sem espinhas” com a bênção da CP.
Depois de mais um café e de umas quantas palavas (não se percam,
não se atirem para o chão e divirtam-se) para organizar a coisa
demos a primeira de muitas pedaladas que nos levaria de volta ao Algueirão.
Depois de umas centenas de metros mais ou menos planos começámos
com uma ligeira subida até perto do moinho do Gaio e com as primeiras
bocas, “… então isto é que é a serra do socorro?
… já?”.
Seguiu-se a primeira descida até à Louriceira bem como a longa
subida até às eólicas que com o vento forte pelas costas
foi um descanso, não se podia era para não arrefecer.
A serra do Socorre estava logo ali à frente enquanto se pedalava no estradão
da eólicas e não parecia nada impressionante … pois…
e até se reconhecia lá ao longe na linha do horizonte o perfil
da serra de Sintra.
Primeira descida a sério do dia. Começando lá no alto junto
às eólicas nos 260m e em 2km desce-se para os 100m.
Claro que um dos nossos amigos não deve ter escutado aquela parte do
“não se atirem para o chão” e tratou de deixar um
bocado a pele ali junto à A8.
Reparámos o desviador torcido e depois os joelhos a sangrar (temos que
rever estas prioridades) e pouco depois continuou-se a descida até à
Cadriceira. Agora sim a serra mostra-se, o problema não é a altura,
é o ter que subir dos 100m até aos 400m em menos de 4kms.
É muita subida, mas todos conseguiram chegar lá acima com a bicicleta
e uma grande ajuda do vento.
Abrigámo-nos junto à capela pois o vento estava forte e aproveitámos
para trincar mais alguma coisa para repor energias e arranjar o queixo ao nosso
amigo Rui.
Alguns ainda miraram o menu e até ficaram a pensar como seria o cozido
à portuguesa por estas paragens.
Tirou-se o boneco de grupo frente à capela no ponto mais alto do percurso,
do qual até temos um Vídeo
do Guia de serviço
para ver como se faz a coisa mesmo com o vento a não ajudar.
Retomámos a pedalação que agora era tempo de saborear a
descida até ao Casal do Mato onde se atravessa novamente a A8. Com
os discos dos travões em brasa e uns tombos depois já estávamos
todos na ponte sobre a A8 com um grande sorriso na cara pois as descidas são
sempre bem-vindas sobretudo depois de uma subida daquelas.
Entrámos numa zona mais plana e rolante e já se contavam histórias
das subidas e descidas até ali. Perto da Casal a Lezíria atravessámos
a linha do comboio e começou-se novamente a subir contornando Vale de
Vez pelas eólicas o que quer dizer muitas subidas mas também vistas
magníficas e como vento pelas costas ia-se quase à vela serra
acima. Num
sobe e desce quase constante, fomos de eólica em eólica, tendo
mesmo perdido dois pedaladores mas que com a ajuda dos rádios foram rapidamente
recuperados.
Já com uns “então quando é que se almoça?”
e “… este gajo deve ter um fetiche qualquer com eólica e
marcos geodésico…” passámos a zona do Milharado e
depois do Castelo Picão foi só descer até à Póvoa
da Galega onde a equipa da “NBolos” já nos esperava.
Chegámos um pouco mais cedo que o previsto, certamente graças
ao vento, mas rapidamente invadimos o espaço, conforme se pode ver no
Vídeo
do Afonso e
trincámos tudo o que havia para trincar pois nenhuma barrinha energética
substitui uma bela (e enorme) tosta mista acompanhada de um sumo de cevada bem
fresquinho. Cerca
de uma hora depois retomámos a pedalação, estávamos
a pouco mais de metade da volta e ainda nos faltava subir ao segundo ponto mais
alto do percurso (370m).
Reaquecemos os músculos devagarinho rolando inicialmente a ritmo conversador
mas assim que entrámos nos trilhos começámos a queimar
as tostas e os pastéis de nata que ainda á pouco tínhamos
comido.
Atravessámos a A8 pela última vez entre Freixeira e Lousa a que
seguiu uma longa e ventosa subida (aqui o vento não era lá muito
favorável) até perto do Rogel.
Reagrupámos no alto seguindo-se depois na direção do Monte
Funchal para aproveitar os trilhos ao máximo. Aqui o estradão
já não é o que era pois maquinaria pesada deixou-o um bocadinho
menos ciclável que o habitual, mas já pedalámos em piores
sítios. Chegados
ao sopé do Monte Funchal e com alguns já a pensar no jogo da bola
iniciámos mais uma longa descida que passou perto de Negrais e só
acabou em Mastrontas e repôs os largos sorrisos nas caras.
Rolando já no “nosso quintal”, passámos a Pedra Furada
e pertinho do Sabugo temos o furo do dia com dois a reparar o furo e os restantes
a opinar (trabalho de equipa).
Subimos pelas Raposeias ao Algueirão Velho já com o pessoal a
dispersar e chegámos ao ponto de partida às 17h18m com perto de
61kms, 2000m acumulado e ainda tempo para os merecidos sumos de cevada acompanhados
pelos tremoços da praxe.
Espero não me ter esquecido de nada nem de ninguém mas o que
importa mesmo são as memórias destes momentos bem passados,
obrigado a todos pela vossa companhia.
Torres
Vedras -Algueirão III
19 de Junho 2011
Finalmente, e depois de uns quantos “vai-se ou não se vai”,
lá partimos 17 pedaladores para aquilo que já se tornou um clássico
das nossas pedalações. Pelas
06h00 já se pedalava na direcção da estação
de Meleças indo recolhendo pelo caminho a equipa mas sempre em passo
acelerado que o comboio é às 06h35 e ao que sei não espera
e costuma ser pontual.
Conseguimos chegar com uns 7 ou 8 confortáveis minutos de antecedência
que serviram para começar a conversa que se prolongou até ao final
da volta.
O comboio chegou com a pontualidade prevista e sob o olhar atendo do “pica”
e maquinista executámos a já nossa bem treinada operação
“encafuar 17 bicicletas no comboio”.
Montámos arraial e deixámo-nos levar até Torres Vedras
aproveitando para tomar o pequeno-almoço que o dia prometia ser longo. Ainda
faltavam vinte minutos para as oito e já se pedalava em Torres Vedras,
mas apenas em busca de um café para ajudar a acordar o resto do corpo
e aproveitar para atafulhar mais um bolito que sempre são mais umas colorias
para queimar.
Uns minutos depois das oito da manhã juntámo-nos frente à
estátua de homenagem ao ciclista para o boneco de grupo dando depois
o sinal de partida e começando a rolar pela ciclovia que se inicia logo
ali ao lado.
Rolou-se na ciclovia e conversou-se ao mesmo ritmo cabendo ao nosso amigo Carlos
as honras da primeira queda do dia.
Nada de grave, apenas um tombo para o lado amortecido pelas couves. Diz-se que
a culpa foi da areia … que se pôs a atravessar o caminho.
Mantendo uma velocidade média pertinho dos 15kms hora fomos
avançando mas poupando o corpo pois ainda faltavam muitos e longos quilómetros
para chegar ao Algueirão.
Atravessámos a ponte escondida, o que só por si já é
uma aventura e quando demos por ela já se estava a chegar à Foz
do Sizandro com pouco mais de uma hora de pedalação.
Primeira paragem do dia para mirar as vistas e trincar mais qualquer coisita
que agora tínhamos uma bela subida pela frente.
Vencida a subida até ao alto da falésia, era agora chegado o momento
de desfrutar da vista sobre o mar e dos trilhos ao longo da falésia num
agradável sobe e desce intervalados aqui e ali com umas sessões
de fotografia. Contornámos
Cambelas procurando sempre os trilhos junto ao mar e fugindo ao alcatrão
o máximo possível, o que às vezes nos leva para trilhos
mais para o interior. Já na Assenta retomámos os trilhos junto
ao mar e aproveitámos para mais uma breve paragem já na praia
do Porto Barril antes de mais uma grande subida até ao topo da falésia.
Esta subida só mesmo à mão e alguns dos bocados só
mesmo com entreajuda é que se consegue chegar lá acima. Montou-se
uma cadeia de pedaladores e num instante estava tudo lá no alto. Naturalmente
que as meninas tiveram tratamento especial, os marmanjos que se amanhem e puxem
pelo musculo. Já
lá no alto foi a vez do nosso amigo Alex ter um furo que se resolveu
num instante e pudemos continuar a pedalar nos trilhos junto à falésia.
Foram-se apanhando uns caminhos com um bocado mais de areia o que pede mais
das pernas mas manteve-se sempre bom ritmo e depois de umas quantas subidas
chegou a hora de uma grande descida até à praia de São
Lourenço.
Aqui cruzámo-nos com uma prova local e ainda opinámos sobre como
resolver um problema numa das bicicletas dessa volta, mas rapidamente
retomámos a nossa volta e dirigimo-nos ao areal.
Aqui tínhamos duas opções, ou atravessar pela praia e seguir
ao longo do mar de bicicletas às costas ou subir a Ribamar (75 metros)
para voltar a descer.
Optou-se por acartar as biclas por cima dos pedregulhos que são o que
resta de um antigo caminho junto ao mar.
Novamente recorrendo a trabalho de grupo foram-se passando as bicicletas e respectivos
ciclistas por caminhos muito pouco cicláveis mas que não deixam
de ser bonitos na mesma.
Atravessámos a praia de Ribamar pelo areal aproveitando para mirar as
e os veraneantes que por ali estavam e que também nos miravam com aquele
olhar de quem está a ver um grupo de loucos perigosos.
Depois destas manobras mais malabaristas seguiu-se um dos mais bonitos troços
da volta com uns trilhos mesmo a pedir para serem pedalados. Todos os bocadinhos
parecem ter sido pensados para andar de bicicleta aproveitando todo o grupo
para se dispersar e percorrer todos os trilhos que conseguiu encontrar.
Feita a descida até à praia de Ribeira d’ilhas, onde decorria
uma prova de surf, atravessámos as pedras sobre a ribeira e misturámo-nos
brevemente na multidão até chegar ao alcatrão que é
a única forma de sair dali (pelas escada não nos parece muito
ciclável).
Já a pensar na paragem para o almoço pedalou-se estrada acima
até ao miradouro sobre a praia entrando-se de seguida no passeio marítimo.
Mas não podíamos fazer a coisa assim directa pelo passeio, por
isso fez-se um desvio à direita e descemos ao Forte de Milreu aproveitando
ao máximo o trilho perto do mar.
Entrámos na Ericeira e fomos à procura do mesmo café do
ano passado, mesmo sobre a praia dos pescadores e tivemos sorte pois tínhamos
toda a esplanada à nossa espera.
Sentámo-nos uns quinze minutos depois das 13 horas e levantámo-nos
uma hora e meia depois isto claro depois de uns reconfortantes sumos de cevada,
pregos, bifanas, saladas, gelados e outros mimos. Tudo isto acompanhado de uma
grande agitação que quase deixou a simpática funcionária
(que ainda se lembrava de nós do ano passado) com os cabelos em pé
tal foi a confusão com os pedidos de comes e bebes.
Quando faltavam 10 para as duas já se rolava novamente Ericeira fora
na direcção da Foz do Lizandro e como o sol abriu optou-se por
não seguir a linha de costa e efectuar o regresso pelo vale do Lizandro
onde mesmo com mais areia e pedras sempre se vai tendo sobras para nos proteger
do escaldante sol da tarde. Atalhámos
pela Fonte Boa dos Nabos e depois de uma longa e refrescante descida chegámos
à Senhora do Ó onde atravessámos o rio e entrámos
nos trilhos que o acompanham vale acima.
Por entre alfaces de várias cores e outras plantações fomos
seguindo o rio aproveitando as sobras e parando aqui e ali para uns bonecos
para mais tarde recordar.
Atravessámos o rio diversas vezes aproveitando para refrescar os pés
seguindo-se o caniçal e umas valas fundas que só mesmo à
mão é que se atravessa. Ainda demos com uns companheiros do pedal
que limpavam o terreno para um passeio que se irá realizar por aquelas
bandas nos próximos dias.
Galgando pedras e penosos areais fomos avançando e nem os mais de 50
quilómetros que já se trazia nas pernas fez desanimar mantendo-se
sempre um bom ritmo tanto de pedalação como de conversa.
Uns tombos aqui e ali, sempre culpa do terreno nunca da inabilidade do piloto,
serviram de motivo para umas pequenas paragem e naturalmente muita gargalhada
que a malta só se ri da desgraça alheia. Não é grave
sobretudo por que todos foram inconsequentes.
Finalmente chegámos ao início do vale (ou fim dependendo de onde
se vem) e também à última subida do dia onde em pouco mais
de 600 metros se sobem 50 metros. Grande
parte dos pedaladores ainda teve pernas para a subir montada.
De Fervença ao Algueirão foi um pulinho, seguindo-se por Campo
Raso até à Cavaleira onde chegámos pouco depois das 18h30
com 80 quilómetros feitos e onde o grupo se dispersou.
Alguns depois de arrumadas as máquinas ainda tiveram coragem para se
irem hidratar com uns sumos de cevada acompanhados por tremoços e uns
caracóis
(oferta da casa) e contar mais umas histórias sobre a volta.
A companhia foi do melhor e quanto mais vezes fazemos esta volta, melhor
a volta nos parece. Um dia em cheio.
Mas nem tudo correu bem, o meu GPS, velho companheiro de grandes aventuras,
deu um trambolhão na Ericiera e partiu o ecrã. Paz à
sua alma :'(
O "track" está no final da página.
Torres Vedras -Algueirão II
23 de Maio 2010
Desta vez o nosso amigo Pedro
Monteiro teve que pôr mãos à obra e calcar umas teclas
para fazer sair a crónica, eu só colei os bonecos.
"Após tanta excitação, marca e desmarca, emails a
tratar-nos mal e telefonemas de insistência lá nos decidimos a
reeditar a grande volta de Torres.
Tal como combinado, lá nos levantámos bem mais cedo de modo a
estar no local do costume às 7:00. Com um grupo reduzido, mas o bastante
para tornar a volta um sucesso, ainda tivemos a surpresa de aparecer o amigo
Hélder (sem as meninas), que numa decisão de última hora
lá resolveu acompanhar-nos.
Sem surpresas avançámos até à estação
de Meleças e embarcámos no comboio via Torres Vedras, onde encontrámos
um companheiro das biclas, o Sandro Silva (Bicampeão Nacional de “Dirt
Jumping”) que embora de uma disciplina diferente ficou um pouco assustado
com o aparecimento de um grupo de doidos que invadiram a área de carga
do comboio fazendo desaparecer a sua querida “mini-bicla”…
Com quase uma hora da dar à língua, chegados a Torres Vedras ainda
procurámos um café, para dar energia a quem necessitava (era o
meu caso), mas o café da estação já era…
Começámos a “longa viagem” atravessando a cidade até
chegarmos a uma rotunda onde antes começava o caminho de terra batida,
que agora tinha sido substituído por um supermercado.
Não nos atrapalhámos e descobrimos forma de chegar ao caminho
pretendido, seguindo-o sem surpresas até chegarmos a um cruzamento em
que seguimos a indicação da eco via e perdemos uma bela descida,
que nos estava na memória, mas aproveitámos para rolar mais um
pouco e sabíamos que de qualquer modo iríamos dar ao mesmo sítio.
Como desta vez estávamos com atenção não perdemos
a ponte que atravessa o Sisandro, mas mais adiante perdemos alguns dos companheiros,
que mais apressados não viram o desvio e seguiram em frente, nada que
a utilização das novas tecnologias não resolvesse. O nosso
amigo Carlos estava tão maravilhado com a nova máquina que nem
pensava em mais nada senão pedalar em frente vigorosamente.
Sem mais surpresas chegámos à Foz do Sisandro onde parámos
para repor combustível, apreciar a paisagem e clicar com fartura no botãozinho
da máquina fotográfica.
Já recompostos iniciámos a pedalada pela arriba até à
praia de S. Lourenço onde o nosso líder tinha engendrado umas
alternativas mais “fáceis” até Ribamar, mas que se
revelaram, embora
mais bonitas, de pedalação impossível.
Acartaram-se as máquinas pelas rochas, com umas miradas para a praia
(não sei para ver o quê), com algumas zonas em que a entreajuda
se tornou essencial (apanágio deste grupo), a galhofa ajudou muito e
lá voltámos a montar as burras.
Pelo caminho previsto, até Ribeira d`Ilhas, onde a malta já esfomeada
pensava mais no almoço que no pedal.
Resolvemos não parar, pois a subida de Ribeira d`Ilhas para a Ericeira
de barriga cheia podia não dar bom resultado, seguindo até á
vila onde se procuraria local para o repasto, pois o local previsto não
se mostrou boa alternativa. Encontrámos
uma esplanada, mesmo junto à praia dos pescadores, onde com alguma confusão
conseguimos comer umas bifanas e uns pregos bem regados com umas canecas (alguns,
que outros mais ajuizados beberam sumo de fruta) para repor a energia para o
que faltava. Isto
enquanto a Amélia e o Luis faziam o seu piquenique privado sem querer
saber da confusão que os carnívoros faziam…
De barriga satisfeita lá nos fizemos ao caminho até à Foz
do Lisandro, onde havia que decidir se se subia o rio ou se optava por uma outra
alternativa previamente estudada, decisão unânime: subir o Lisandro. Primeira
surpresa: no caminho apareceu uma obra, que virá a ser uma ETAR e que
nos deu muito trabalho a contornar, mas nada que não se resolvesse com
os habituais bitaites e muita galhofa.
Seguimos pelas margens do Lisandro, umas vezes do lado certo, outras nem por
isso, pedalando pelos trilhos um pouco pesados e com muitas zonas de areia e
atravessando-o quando necessário, o que deu para as habituais molhas
e passagens de pés descalços.
O amigo José Paulo não descansou enquanto não conseguiu
atravessar a pedalar, nem que para isso tivesse de cair duas vezes para mostrar
como se faz.
Sem grandes sobressaltos fizemos todo o caminho subindo o vale da Cabrela até
às pedreiras onde após a grande subida se aproveitou a mangueira
para tirar o excesso de terra/lama das bicicletas.
Seguimos já via alcatrão até ao motel de onde fizemos o
regresso pelos caminhos habituais, entrando pela cavaleira, onde o grupo se
separou, nem todos tinham os carros no café, onde chegámos perto
das 19:00 e com cerca de 80Kms feitos."
Agora fica a vontade de repetir esta belíssima volta, pois de cada
vez parece melhor.
O trilho encontra-se no final desta página.
Algueirão - Torres Vedras I (bicicleta +
Comboio) Torres Vedras - Algueirão ao longo da Costa
(a pedalar)
22
de Junho 2008(ver
preparativos)
Brutal!
80Kms de pedalação incluindo a ligação ao comboio.
E às 07h00 lá estava o pessoal meios a olhar para o ar que prometia
um magnífico dia de pedalação sem o sol a estorricar a
pele. Primeira falha na “organização”, o café
afinal não abriu às 07h00, alguma coisa correu mal e os artistas
deixaram-nos sem o cafezinho matinal. Sem o café para ajudar a abrir
os olhos lá se tratou de iniciar a pedalação em direcção
à estação de Meleças. Tudo calmo e conservador e
eis senão quando eu trato de pisar uma bosta algures no caminho e que
agarradinha à roda da frente me acompanhou até Torres Vedras.
Eu fui logo pensando no momento em que as forças centrífugas aliadas
à lei de Murphy libertassem a dita no momento exacto em que estaria de
boca aberta. Chegados a Meleças, toca de “cumprir as regras acordadas”
e à mão levaram-se a biclas até ao cais de embarque. Parecíamos
mesmo uns maluquinhos que nunca tinham andado de comboio a tirar bonecos a tudo
e até se fez o primeiro boneco de grupo ainda fresquinhos.
O comboio chegou à hora exacta e sobe a direcção do revisor
lá nos encafuamos no comboio. Éramos 19 e certamente não
perturbámos os outros 5 ou 6 passageiros que também ali viajavam.
Gastámos
o rolo dos bilhetes ao revisor que viu nesse dia o seu trabalho aumentado em
quase 300%. Divididos em dois grupos, um a cada extremo da composição
lá se fez a viagem que foi conversadora como previsto e claro que se
foram mirando os trilhos ao longo da linha.
Com uma precisão à qual já não estava habituado
chegou-se a Torres Vedras onde se procedeu à operação inversa
de desencafuar a biclas
do comboio ficando o comboio imaculado como estava (até a bosta ainda
estava agarradinha à minha roda). Como o café tinha falhado entrou-se
no primeiro que se encontrou (novamente 300% de aumento na freguesia) para nos
encafeínar-mos (gosto mesmo de criar
palavras novas).
Ligaram-se os GPS´s e toca de pedalar atravessando Torres Vedras na direcção
do rio Sizandro. E lá íamos vendo as vista quando, e como previsto,
as forças uniram-se e ao pegar na bomba para arejar um bocadinho a roda
traseira, lá estava a dita bosta contente e feliz agarradinha
à bomba… e à minha mão que só vi depois. Primeiro
momento de alegria (já que não me vêm cair ou sujar os pés
na lama) que foi devidamente registado. Continuando caminho foram-se vendo as
vistas e tentando seguir o “track” com uns pequenos enganos aqui
e ali mas sempre no caminho certo.
Num desse pequenos enganos valeu-nos dois ciclistas (mais ou menos perdidos)
que nos indicaram onde ficava a ponte no meio das canas (sem indicação
não dava com ela) poupando-se assim um molha-pés. A travessia
fez-se com a total cobertura fotográfica e ao som da mochila/rádio
de um dos pedaladores continuou-se caminho ao longo do Sizandro.
Afinal aquilo não é assim tão plano, umas ligeiras subidas
com um terreno meio mole mostraram que ia ser um longo dia, mas as descidas
que estavam depois dissipavam de imediato esse pensamento repondo o grande sorriso
na cara. Agora não havia ponte, tinha que ser mesmo a nado e toca de
atravessar a coisa como se pode.
Uns mais habilidosos sem molhar os pés, outros de sapatinhos ao pescoço
e outros de pé (e sapatinho) na água, isto claro que foi
feito com a “coordenação” de todos os outros “
vem pelo meio,… agora, vira… mete uma baixa…”. Chegados
à outra margem, retomou-se a pedalação. E ainda com os
pés mal secos nova travessia, agora a dificuldade não era a água,
mas sim a saída do outro lado em areia. Nada
a fazer, foi mesmo à mão. Mais umas pedalada e depois de sermos
ultrapassado por um grupo de furiosos pedaladores (não iam para o Algueirão
certamente) já se estava na Foz do Sizandro para a primeira paragem,
a merecida merenda e as miradelas habituais
às vista locais. Tirados bonecos daqui e dali, muita conversa sobre o
tempo (que maravilha para a pedalação), e o reviver do bocado
já feito mas sempre de olho no que falta fazer. A primeira etapa já
estava, agora faltam a outras e depois da breve paragem saímos da foz
pela primeira subida digna desse nome.
Entrou-se num estradão largo sempre ao longo da falésia que com
o dia a clarear um bocadinho proporcionou um pedalar de encher a vista. Foi-se
parando aqui e ali para ver as vista e tirar mais uns quantos bonecos, mas sempre
firmes no pedal. Em
Cambelas abandonou-se a linha costeira (falta de trilhos) fazendo-se a ligação
por um caminho de terra mas muito rápido até à Assenta.
Com um bocadinho de alcatrão regressou-se novamente à linha costeira
(e mais miradelas sobre o mar). Aqui, numa descida, depois do pequeno promontório
uma pedra atravessa-se no caminho do nosso amigo Luis proporcionando-lhe um
acrobático mortal sobre a bicicleta com uma aterragem sobre os glúteos
que lhe deixaram uma negra para o resto da semana,
mas que felizmente não o impediu de continuar a volta. Na descida para
a praia da Assenta um desvio mostrou-se inútil acabando por se ter que
levar as biclas à mão escada abaixo (de onde saiu esta escada???),
mas como a malta estava por tudo, acho que nem deram por ela. Nova breve paragem
para um boneco com o mar como segundo plano (que ficou desfocada) para comprovar
que estávamos ali (como se isso fosse importante) e estava na hora da
primeira das grandes subidas da volta, um dos passeantes (o que tirou a foto
desfocada) ainda nos disse “… isso de bicicleta???…. nem a
pé!” que não serviu de muito pois era por ali que tínhamos
que ir. A
coisa até se subia (eu subi quase tudo) se não fossem as valas
fundas provocadas pelas chuvas levando a que a maioria optasse por levar a bicla
à mão monte acima. Chegados ao alto, e como esta parte não
estava lá muito bem documentada inventou-se um caminho que até
serviu bem mesmo que uns tenho feito uma valente descida seguida de uma não
menos valente subida que afinal não era necessária pois existia
caminho à volta (boa Jorge.). Um furo a proporcionar nova pausa não
só para reparar o mesmo mas sobretudo para dar à língua
com fartura pois esta malta já está a demorar quase duas bananas
para reparar um furo.
Reparada a coisa toca de regressar ao pedal e na direcção de S.
Lourenço onde se inventou uma passagem pois o caminho previsto estava
fechado. Atravessou-se a estrada para entra num estradão paralelo e encher
a barriga com a grande descida (atenção à brita) até
junto da praia onde se chegou com aquela cara que quem gostou da coisa, tanto
que nem reclamaram (muito) com a valente subida para sair da praia e subir a
Ribamar. Em Ribamar, e devia a o grupo se ter dispersado um bocadinho devido
à subida, o grupo da frente seguiu estrada fora na direcção
de Ribeira de Ilhas onde tiveram que esperar pelo resto do grupo. Os
que seguiram pelos trilhos junto à falésia aproveitaram bem para
encher a vista com um dos (para mim) mais bonitos trilhos desta volta que terminam
com a descida à praia. Bem, cá no fundo já se viam os “apressados”
lá no alto do miradouro, agora só faltava chegar lá. Com
sugestões de “…vamos pelas escadas…” e uns olhares
meios de esguelha lá se optou por fazer a subida pela estrada, sendo
esta a segunda grande subida e aquela que eu mais temia (não pela subida,
mas por ser pela estrada principal). A coisa até que se fez bem e agora
sim estava o grupo recomposto e ainda se aproveitou para fazer pirraça
aos que optaram pelo caminho directo. Aqui foi entrar na ciclovia e rolar descontraidamente
até à Ericeira para a paragem prevista para repor energias. O
“Almoço” mostrou ser a parte mais complicada da volta, pois
pedalar é simples, agora encontra um local para 19 esfomeados ciclistas
(a cheira mal) não é tarefa fácil. No final a primeira
sugestão do nosso amigo Pedro Mourão mostrou ser a melhor e no
final de palmilharmos o centro da Ericeira sem sucesso, seguimos para o tal
restaurante (é tinhas razão Mourão) que se mostrou ser
o mais conveniente não só para as barrigas esfomeadas, mas também
para parar as bicicletas.
Aquilo que seria uma “paragem rápida” transformou-se rapidamente
num valente almoço que começou com uma reposição
de líquidos à caneca seguidos por umas pratadas de tudo a que
se pode deitar a mão. Muita conversa, muita história (alguma cerveja),
muita mastigação e uma hora e meia depois lá nos convencemos
que ainda faltava a última etapa que ao longo do vale do Lizandro nos
levaria de regresso ao ponto de partida. Regressou-se à ciclovia para
a curta descida até à ponte e entras nos trilhos já nossos
conhecidos ao longo do Lizandro. De barriga meio cheia eu estava um bocadinho
receoso com a pedalação, mas a coisa foi avançando e esse
pensamento rapidamente libertou os meus neurónios que teriam que ser
redireccionados para o que ainda faltava pedalar. Com
bom ritmo foi-se vencendo a distância que com as sombras das árvores
e das canas mostrou-se a melhor escolha para uma pedalação a estas
horas da tarde. Como estava tudo calmo e a correr bem de mais, nada com uma
avaria daquelas que não lembra a ninguém onde o nosso amigo Nuno
(“O Engenheiro”) parte o suporte do selim.
Acho que o que lhe custou mais nem foi partir o selim, mas ter que aturar as
brejeirices que uma avaria como esta impõem. Criou-se uma “Task
Force” que com umas quantas fitas plásticas e muita habilidade
lá prenderam o banco a sítio mas que faria o nosso amigo ter que
pedalar o resto do caminho quase de pé pois o selim teve que ficar agarrado
ao quadro.
De novo em movimento chegou-se à zona das canas e do lamaçal onde
ainda foi possível sujar as máquinas ou mesmo algum malabarismo
nas travessias pela “berma”. Esta estava no programa, o que não
estava no programa foram os areais (não me lembro deles aqui) que encontrámos
já junto ao Carvalhal. Com estes longos “sigletracks” os
grupo alongava-se sendo necessário recorrer aos rádios com frequência
para forçar os reagrupamentos.
No Carvalhal notámos um dos ciclistas aproveitou para uns banhos no rio
(pouco recomendável) para limpar a lama que tinha acumulado no corpo
e na bicla na zona das lamas. Como
já tínhamos mais de 60kms nas pernas optou-se por poupar o corpo
e seguir o rio mas pela estrada retomando os trilhos mais à frente junto
da Aldeia de Broas. Na ponte dos “Rotteilers” novo furo e dos que
deu luta pois foram necessárias várias câmaras-de-ar para
o resolver. Com
quase meia hora de paragem e um reabastecimento de água numa fonte ali
perto retomou-se caminho e regressando aos trilhos com a ultima travessia da
ribeira que se fez sem novidades. Agora tínhamos pela frente uma das,
para mim, mais duras partes do percurso sobretudo por ser ao fim que quase 70kms
de pedalação. O vale da Cabrela
com os seus trilhos muito bonitos mas também muito pedregosos mostraram-se
no entanto quase fáceis, foi estranho, mas a maioria passou por cima
daquilo tudo como se fosse plano, o corpo humano é realmente uma máquina
surpreendente. Talvez cegos pelo regresso, nem a tradicional paragem na ponte
de pedra se fez, seguindo-se directo ao longo da ribeira ao encontro da subida
final.
Sair do vale.
Eu com os quilómetros que já tinha nem arrisquei uma cãibra
já tão perto de casa, havendo no entanto quem a trepasse toda
deixando a juventude mal vista com mais esta prova de jovialidade do nosso amigo
Sr. Antunes. Saídos do vale agora era só rolar até ao Algueirão
pelos caminhos do costume ou seja via Campo Raso e Cavaleira.
Chegados com ~80kms (incluindo a ligação à estação)
e já muito perto da 19h00 (só 6 horas é que foram de pedalação),
rapidamente se dispersou o grupo com um até Domingo e o pensamento fixo
numa banheira cheia de água..
Terminando: Primeiro – Um obrigado aos que aceitaram e nos
acompanharam neste desafio que se tornou num dia longo mas bem passado. Ficou
claro para muitos que se fazem bem estas distâncias e que são interessantes
como “evento anual”. Também ficou a surpresa por o corpo
não se ter ressentido da viagem ao longo da semana seguinte, talvez pela
forma descontraída como foi feita. Segundo - O nosso obrigado à CP que ao ser
contactada, e perante o desafio da nossa “aventura” se mostrou desde
logo disponível para efectuar o transporte, coordenando e informando
todos os agentes envolvidos de modo a que o serviço fosse feito de modo
o mais simples e eficaz possível. Terceiro – Aos que pretenderem viver esta nossa
aventura, aproveitem o “track”, contactem a CP no caso de pretenderem
utilizar os serviços da mesma e …. e boas pedaladas.
As minhas desculpas pelo parto demorado
desta crónica que acabou por sair com duas semanas de atrazo.
O "track" está no final da página.
Preparativos:
"Esta não é para fraquinhos..." Algueirão - Torres Vedras (de Comboio na cavaqueira) Torres Vedras - Algueirão pelo interiror (a
pedalar e na cavaqueira excepto na subida à Serra do Socorro.)
28 de Abril 2013 .... vamos
lá a ver se temos comboio para todos. ~65 Km... ou não....
"Bué" Longo, temos aqui pedalação até
meio da tarde.
Custos directos 4,20€ (comboio)
Custos indirectos... depende...
Plano:
Reunir no ponto de encontro do costume às 07h00 para o café,
pedalar para ir apanhar o comboio das 07h42 na estação
de Mira Sintra - Meleças, seguir aquele risquinho preto ali no mapa ao
lado que nos deve fazer chegar a Torres Vedras pelas 08h43,
com a bênção da CP (aproveitar para reforçar o pequeno-almoço
durante a viagem). É uma forma de reduzir a logistica.
Montar nas biclas (preferencialmente) e pedalar para sul, amarinhar a Serra
do Socorro (~Km 15)> para o primeiro lanche. Segue-se a merecida descida
para depois de um sobe-e-desce se lanchar novamente na Póvoa da Galega
(~Km 33). Depois de amarinhar até ao Rogel, vira-se
para o monte Funhal e já temos a Serra de Sintra à vista.
Passamos por Negrais (~Km 50) e o resto já será bem conhecido.
Simples!
A paragem maior está prevista para a Póvoa da Galega onde têm
muito para dar ao dente e molhar a vista estão à nossa espera,
não é necessário ir carregado de comida, cada um paga o
que comer e/ou beber).
Pontos de Encontro:
1- Local do costume às 07h00 com saída
às 07h10 para pedalar até à estação
(4kms a descer).
2- Estação de Meleças ás 07h25m19s
para os que não forem ao Algueirão. Atenção às horas, o comboio não
espera (acho eu...)
Já está confirmada a disponibilidade por parte
da CP relativamente ao transporte das bicicletas no trajecto de Mira
Sintra/Meleças a Torres Vedras com o grupo de 30 pessoas com o compromisso
de cumprir as regras necessárias ao bom funcionamento
da CP. Os bilhetes serão adquiridos em trânsito junto do Operador
de Revisão e Venda (ORV)
que está devidamente informado bem como todos os outros agentes envolvidos.
A não esquecer:
Bicicleta !!!!(completa!); Comida que chegue para o caminho que água
vai-se abastecendo. Protector solar ou capa para a
chuva. Umas moedas para o que der e vier (e o comboio). Os acessórios
do costume para reparar as máquinas.