Para abrir novo trimestre nada como uma molhada de pedaladores
convictos e um trilho para pedalar e uma crónica
escrita num dos recantos meio abandonados deste site.
Com uns pedaladores de última hora a aumentar o já
grande pelotão, seguiu-se para Meleças via
alto da Tapada das Mercês. Conversadores,
chegou-se à primeira descida do dia onde os sorrisos
(dos que gostam de descidas a descer) da alegria da descida
se mostraram. Sem mais novidades chegou-se a Meleças,
atravessou-se a linha e vai de se subir até Mira
Sintra. Aqui a ideia era não fazer a estrada até
à Carregueira que resultou numa visita a muitas escadinhas,
umas subidas manhosas e uns quantos becos, mas chegou-se
exactamente onde se queria para entrar na serra da Carregueira
junto ao Quartel.
Com o calor a apertar começou a sessão de
strip com o clássico “tiraa, tiraaa”.
Uma descida mais manhosa misturada com um pedalador mais
atrevido e resultado, primeiro pneu rebentado do dia que
levou logo ali o tratamento apropriado. Como a descida manhosa
não estava bem descida nada como uma queda aparatosa
de pezinhos para o ar para animar a malta e sem outras consequências
para além do orgulho ferido. Reposta a normalidade,
continuou-se caminho agora em direcção ao
“Free ride” passando pela descida do touro.
No “Free ride” o nosso amigo Zé não
resistindo ao apelo das pontezinhas para os puladores tratou,
e certamente sem se aperceber da fragilidade da estrutura,
de dar um queda de uma abaixo que levando umas belas marcas
para casa junto com o susto que apanhou e pregou a toda
a malta. Foi uma sorte, pois com a tábua cheia de
pregos que ali estava a coisa podia ter acabado mesmo muito
mal. De novo nas bicicletas seguiu-se para belas aproveitando
para fazer uns quantos trilhos a descer até à
ribeira que por ali há. Chegados à ribeira
nada como fazer um breve lanche e tirar o boneco do grupo
aproveitando os sorrisos de quem ainda não tinha
visto a subida que vinha a seguir.
Retomou-se o caminho com a travessia da pequena ribeira
e a longa subida para deixar o pulmão bem aberto.
Chegados ao alto, menos sorridentes, dois dos pedaladores
por questões de tempo trataram de atalhar para casa,
seguindo os restantes para a ribeira de
Belas pela tradicional descida do cemitério local
escolhido pelo amigo Pedro para um mergulho nas ortigas
e nas silvas. Atravessou-se
a ribeira e nada como uma visita a mais um dos muitos marcos
(geodésicos) da nossa região. Vistas a vistas,
desceu-se do marco abaixo para nos dirigirmos para a descida
do dia, aquela que nos leva até à entrada
do túnel. Um bocadinho de alcatrão depois
aí estava ela. É aqui que acho que esta malta
não tem juízo (eu incluído) pois lançamo-nos
trilho abaixo voando sobre aqueles calhaus todos como se
não existissem. Com mais um furo pelo caminho reagrupámo-nos
já junto da entrada do túnel para o atravessar
com o alarido costume. Toda esta alegria tem um preço
que se paga logo ali com a longa subida até
ao alto do Belas Clube onde fomos chegando aos bocadinhos
com o sol fazer-se sentir. Reagrupados e retomada a pedalação,
eis que “… é pá, tenho a roda
da frente furada” e vai de desmontar e tratar de dar
à bomba ao som do “.. pois, não furas,
não sujas os sapatos, não blá blá
blá….”. Maravilha de nhanha, é
só bombar e já está. Novamente em movimento,
passou-se a prisão e vai de fazer mais uma descida
(muito manhosa por sinal) ainda com o pó no ar dos
passeantes motorizados onde mais um furo impôs uma
nova pausa na volta. Resolvido (afinal eram dois na mesma
roda) fez-se a segunda parte da descida até à
ponte da madeira. Inventou-se um bocadinho até ao
Telhal e depois da travessia da linha só faltava
fazer a ligação ao Algueirão. Pouco
antes das 13h00, estava-se no local de partida com mais
~32kms de
pedalação para todos os gostos e feitios.
O Túnel de Belas
3 Junho 2005
~30Km
Médio
Hoje a volta foi mais curta, mas devido ao calor, bastante
mais difícil, gastamos a água toda e demoramos
mais tempo para fazer menos quilómetros.
Finalmente encontramos o túnel de Belas! Já
andavamos com essa ideia à algum tempo, mas nada.
Foi graças a um
trilho no site pedrAmarela
que demos com a coisa, os nossos agradecimentos.
Já tínhamos feito partes deste percurso, mas
não tínhamos
tido oportunidade de conhecer esta zona de Belas, gostamos
muito da subida entre o ribeiro e parte do sistema do Aqueduto
das Águas Livres que nasce nestas serras, até
pedalamos sobre ele.
Quando no fundo de um pequeno vale apenas viamos duas subidas
de bicicleta às costas e nada de túnel apesar
de o GPS nos dizer
que estava ali, o horror foi geral, foi necessária
uma pequenas buscas nas moitas para o encontrar, afinal
bastava olhar para o lado direito de quem sobe que ele está
logo ali. Foi com uma muito agradável brisa fresca
que entramos no túnel que não tem mais de
50 metros e um pouco de água a meio (isto no Inverno
deve ser intratável) e com o calor que estava tivemos
que combater a vontade de ficar mesmo ali.
Saímos finalmente para mais uma longa subida ao sol,
que se não fosse o protector solar factor 50 (muito
recomendável) teríamos ficado com um daqueles
bronzeados de ciclistas chamuscado.
Apontamos assim à Senhora da Piedade e tomamos o
caminho de casa pois já se fazia tarde para o almoço
e a água tambêm já não era muita.
Ficou o sabor a pouco e desejo de voltar mas com tempo mais
fresco.