Finalmente conseguimos fazer a volta do Penedo do Gato completa.
Com um grupo já grandinho e alguns estreantes nestas nossas voltas partimos na direcção do Algueirão Velho em ritmo conversador.
Atalhou-se por Pexilingais até ao Telhal para a primeira incursão fora do alcatrão onde se fez parte da antiga subida para a prisão para abrir o apetite. Como o nosso destino era outro, seguimos pela direita pela serração onde depois de atravessar a estrada nos esperava a primeira subida (de muitas) digna desse nome pois sobem-se 70 metros em pouco menos de um quilómetro.
Reagrupando lá no alto continuou-se caminho contornado o Belas Clube e para recuperar energias fez-se a primeira descida na direcção de Dona Maria, aquela quase até ao conhecido túnel de Belas.
Quem desce mais tarde ou mais cedo vai ter que subir e não foi mais tarde, foi logo ali, toca de amarinhar a Dona Maria, seguido de uma sequência de sobe e desce até á Serra de Montemor, passando pela zona de Caneças. Aqui o nosso amigo Sérgio já mostrava alguma dificuldade em acompanhar os mais trepadores, mas sempre a fazer sinal de sigam com as mãos por detrás do seu capacete integral, mostrou uma garra e vontade de recuperar a anterior genica.
Reagrupando aqui e ali, chegámos bem mais cedo que da vez anterior às proximidades do Penedo na encosta norte da serra e agora era hora de saborear uma bela dose de descidas até junto do Penedo. Claro que tinha que ter uma subidita e alguma lama para animar a festa.
Chegados ao Penedo do Gato, largámos as biclas e subimos ao seu topo para o merecido lanche e naturalmente a foto de grupo. Aproveitámos para estudar os trilhos para o regresso, mas uma coisa tínhamos como certas. Não nos íamos enfiar no castigo de trilho da nossa última desventura por estes lados e na companhia de conhecedores destas paragens a coisa até foi mais fácil.
Retomou-se as descidas e na única pocita da volta até parecia que a malta não está já vacinada para estas coisas, mas uns quantos/as tiveram que molhar os pezinhos em meio palmo de água.
A palavra de ordem era descer, descer, descer. Só não foi um daqueles fartotes devido à excursão de TT que atravanca o caminho. Não entendo, tracção integral, muitos cavalos, mas na primeira subidita, lá estavam eles a esgravatar ou a rebocar-se uns aos outros. Bem, ele há malucos para tudo, uns pedalam, outros gastam combustível.
Quase de lágrimas nos olhos lá fomos contornando os jipes que nos deixaram sem esta descida como a devíamos ter descido. Fica para a próxima.
Reagrupando em Pai Joanes, continuou-se a descida até próximo de Pinheiro de Loures onde ganhámos coragem para o que se seguia. Amarinhar a Serra da Carva onde em pouco mais de 2 quilómetros se iria passar dos 75 metros de altitude para os quase 300.
Devagarinho e em pedaleira pequena foi-se vencendo a subida que não só se pagou com as perninhas, mas também com duas avarias. Um sapato que perder o parafuso do clipe (coisa estranha) e mais á frente, uma corrente partida (coisa mais normal).
Estávamos tão concentrados nesta conquista da serra que nem demos pela falda de dois ilustres pedaladores. Com uns convencidos que eles já lá estavam em cima, outros que ainda estavam lá em baixo, tirou-se a teima e depois de uma telefonadela já estava o mistério resolvido. Tínhamos perdido dois pedaladores, nem nós nem eles sabíamos como. Num momento estavam ali no outro não. Mas não hove problema, atalharam por estrada até Almargem do Bispo e assim chegaram mais cedo. Dizem as más-línguas que foi apenas para se baldarem a uma valente subida.
Chegados a Bolores entrámos no estradão no alto da serra e rolámos por entre os moinhos aproveitando a bela paisagem que apenas confirma aquilo que já sabemos. Pedalar não é só na Serra de Sintra.
Depois de mais um momento cultural a opinar sobre as vantagens e desvantagens da energia eólica retomámos a coisas mais mundanas e mesmo brejeiras que se resumem na pergunta “agora é a descer não é?”.
E era. Mesmo com uma paragem a meio para desimpedir o caminho aquilo foi de encher as medidas, até se ouviam os “uiiii” dos pedaladores mais calados, muito bom.
Passou-se Almargem do Bispo com o nosso amigo Sérgio a perder-se (ou nós a perdermo-lo) e mesmo com mais umas correntes partidas fomos reagrupando aqui e ali tentando manter o pelotão junto.
Rolou-se pela estrada de cimento, virou-se para o Sabugo e já nas Raposeiras atacámos a ultima subida do dia e só quando chegámos ao alto é que demos novamente por falta do amigo Sérgio que voltámos a perder.
Tudo correu bem e lá deu com o caminho e já na Barrosa o grupo ficou novamente completo.
Rolaram-se as últimas centenas de metros de regresso ao Algueirão onde se chegou às 13h00 com 35kms e mesmo a tempo de um revigorante sumo de cevada e fazer pirraça ao coxo.
Obrigado a todos por mais esta bela pedalação.
O trilho está disponível lá no final desta página.
Penedo do Gato 1 20 de Junho 2010
Já há algum tempo que se andava a engendrar uma volta para aqueles lados, mas como era uma zona meio desconhecida sem trilho GPS (pouca gente os disponibiliza), lá conseguimos com uma dicas aqui e ali desenhar a coisa e partir à aventura.
O primeiro ponto de referência era Dona Maria, por isso seguimos pelo Algueirão Velho até ao Telhal onde conseguimos encontra provavelmente o único trilho que ainda se encontra debaixo de água. Nada de grave, fizeram-se as necessárias acrobacias e pouco depois todo o pelotão já se encontrava na outra margem.
Passado o vale das canas e a velha ponte de madeira, estava na hora da primeira invenção com um atalho directo até ao alto do Belas Clube sem passar pela prisão (parece o jogo do monopólio). Muito interessante este trilho, mas em sentido contrário pois como subida dá uma belíssima descida.
Chegados ao alto do Belas Clube já se tinha Dona Maria no horizonte, só faltava fazer parte da descida até ao túnel e virar à direita que já se estava lá… claro que isso só depois de mais uma grande subida.
Sempre entremeando a conversa com a pedalação fomos avançando num constante sobe e desce, com mais sobe que desce, mas por caminho até interessantes. Passado pouco já se tinha Caneças pela esquerda e o Penedo do Gato era já ali (como sempre, é tudo já ali).
Depois de uma descida daquelas que a malta gosta claro que está uma subida que nunca agrada a ninguém, mas como finalmente era a última (até à próxima) fez-se com o vigor dos vitoriosos.
Quando estávamos a pouco menos de 500 metros e com o dito penedo já à vista, surge um problemas com o qual não contávamos, um portão fechado e com aspecto de novo. Como saltar não era opção, tentou-se contornar a coisa mas um caminho com muito bom aspecto afinal acabava num beco. Valeram os limões com que a malta encheu as mochilas, certamente para um merecido gin tónico lá mais para o final do dia.
Já sem grande esperança no atingir do nosso objectivo acampamos numa das curvas da estrada de onde se podia admirar tão ilustre monte de pedras. Aproveitou-se para lanchar e para apanhar orégãos que pelos vistos está na época.
Depois de conversar com um passeante que andava por ali, demos com um trilho que afinal até passava no Penedo e nem foi tarde nem cedo, toca de nos atirarmos monte abaixo para depois de mais uma subida à mão conseguir conquistar mais um monte de pedras para o nosso curriculum.
Muito boneco, muita conversa seguida de mais um bocadinho de lanche (que esta malta nunca se cansa de trincar e dar à língua) e claro o boneco de grupo a preceito bem no altinho do Penedo.
Agora estava na hora de voltar e foi aqui que começou o problema, em vez de seguirmos a alternativa que tínhamos pensado resolvemos “atalhar” que era mais rápido e a estrada é logo ali. A coisa até que se mostrava promissora, mas depois de uma descida a pique, da travessia do lamaçal e uma operação “salta o arame farpado” deu-se com um silvado que se mostrou intransponível… e a estrada logo ali.
Meia volta, novamente operação “salta arame farpado mas em sentido contrário” seguido do lamaçal já nosso conhecido e novo descer a pique até ao fundo do vale.
Interessante descida mas perigosa pois o nosso amigo Hélder deu um dos seus tombos por cima das pedras que até a mim me doeu. Aliás ele não dos esquisitos nisto de se atirar para o chão, qualquer moita, pedra o vala lhe serve.
Chegados ao fundo do vale atravessou-se uma pequena ponte de madeira seguido de um portão que felizmente estava aberto caso contrário esta volta teria sido uma verdadeira prova de obstáculos.
Como perdemos quase uma hora progredir pouco mais de quinhentos metros não tivemos escolha, entrámos no alcatrão e fizemo-nos ao caminho de regresso a casa.
Com um mais sobe que desce, passámos os Camarões (nem sabia que tínhamos uma terra com esse nome) e mais umas quantas terras que não fixei o nome na direcção de Dona Maria onde virámos para o parque de campismo de Almornos.
Sem muito que inventar continuou-se por alcatrão até Vale de Lobos onde se fez uma breve paragem onde os mais desnutrido aproveitaram para “encher a mula” certamente por confusão com o outro Vale de Lobos lá mais para sul.
Novamente na pedalação, apontou-se ao Telhal onde se ouviram uns “… quê, já aqui, pensava que estava mais longe …” enquanto se atravessava a linha do oeste.
Pais umas pedaladas e estava-se do outro lado do IC entrando-se no Algueirão pelo lado da Barrosa.
Não se chegou lá muito cedo nem com muitos quilómetros (já nem me lembro), mas ficou a lição aprendida e a promessa de voltar ao Penedo, descer a Boticas e fazer o regresso pelas eólicas e Almargem do Bispo.
Moral da história, o difícil não é o ir ao Penedo, é voltar.
Trilho do Penedo do Gato (planeamento, as alternativas e volta de 2011)