A ideia nasceu no dia 31 de Maio! …um membro do grupo lembrou-se! “Desde à muito tempo que ando com vontade de fazer um raide até Fátima. Como tenho andado cheio de energias e em boa forma física, amanhã vai ser esse dia.
Amanhã bem cedo faço-me ao caminho! Há por aí algum pedalador com vontade de esticar as pernas?”
Negociações feitas com a família e 4 pedaladores à hora e local indicados apareceram com o material necessário para se fazerem ao caminho …Bikes e pernas também! O céu limpo servia de mote ao dia que prometia ser agradável. Iniciamos o que nos havíamos proposto, sempre orientados pelo pelotão da frente. Rapidamente ultrapassámos Sacavém, Litoral do rio Trancão, Loures, Vialonga… tão alegres e bem-dispostos que sem darmos por isso (já com 45Km percorridos) estávamos a repor energias em Vila Nova da Rainha. Restabelecidos, rapidamente nos fizemos à estrada por entre as lezírias do Ribatejo, horizontes de planteio de tomateiros, ziguezagueando por entre ruelas de cultivo, seguindo o serpenteado que o tejo nos oferece, fomos avançando na tarefa a que nos havíamos proposto.
Incrível! 85Km percorridos nas primeiras 6horas, a paragem para repor energias impunha a sua obrigatoriedade, cumprida a missiva, de novo regresso aos “Caminhos de Fátima”, agora com uma orografia ligeiramente diferente daquela a que nos havíamos habituado… (altos e baixos, sobe e desce), reduzia a média para valores mais “modestos”, mas que nem por isso reduziram o ímpeto do grupo em levar a carta a Garcia (esta é da praxe).
Cafés de aldeia serviam de apoio para os reabastecimentos de líquidos (nas minhas contas rondaram os 7,5Lts no total da distância percorrida).
Olhos d’água e o desafio deixa as suas marcas… altimetria a impor redução abrupta do rendimento físico de alguns pedaladores …dor, suor e espirito de sofrimento, marcaram o sentido desta viagem, eloquência à parte e com o horizonte/destino sempre marcado nas nossas mentes, mangas arregaçadas e continuámos no trilho, Serra de Stº António conquistada e Minde a nossos pés. Primeira passagem de um ritmo sofredor para um …larguem os travões! Por pena de alguns a descida foi executada num espaço de tempo muito inferior ao que demorámos a fazer a subida.
A procura por um “tasco” que satisfizesse o voraz apetite que trazíamos não foi encontrado… atracou-se as máquinas no Intermarché e “invadimos” a loja… fruta, água, sandes, barritas, tudo serviu de pretexto para atestar as máquinas…
20Km nos distanciavam do objectivo e… novamente retomámos caminho, subindo a Serra d’Aire, fomos reduzindo a distância para o nosso objectivo. Talvez por nos conformarmos de que esta missão teria de ser cumprida, o espirito de sacrifício sobressaiu e todas as “dores” foram colocadas de parte, onde outrora o cansaço marcado impunha um ar pesado nas faces, agora respirava-se um ambiente de alegria e satisfação, o objetivo estava a escaços metros! Mais curva menos curva, chegámos!
Chegámos a Fátima! Cumpridos os formalismos de quem visita este santuário, festejámos. O semblante patente em cada um de nós representava a alegria de termos concluído com sucesso este “passeio”, onde o espirito de grupo esteve sempre presente, o ambiente Danatur e a marca dos Bicicletando percorreu uma vez mais uma pequena porção deste nosso Portugal.
Com 12hrs passadas (8 das quais em movimento), 147km percorridos e 1500mts de acumulado, dávamos por concluída a missão.
"Fátima uns dos 3 F´s deste nosso país, esta era uma
clássica que não podíamos perder. Vestidos a rigor iniciamos
a peregrinação às 07h na estação do Oriente
até ao inicio do caminho do Tejo em Sacavém acompanhando sempre
o rio Trancão pelo vale até Vialonga, esta zona está ciclável
uma vez que não chove.
Durante as primeiras horas desta aventura a principal dificuldade foi o frio
(mesmo frio) aumentado pelo constante nevoeiro. Por vezes devido à distância
do parceiro deixávamos de nos ver.
O percurso está bem sinalizado até à zona da Azambuja,
a partir dai….pois é, nem sempre as coisas correm como o esperado
mas com determinação e um bom sentido de orientação
lá fomos seguindo em direção a norte com o Sol e mais tarde
o Tejo à direita.
No vale de Santarém, sim foi bastante rápido pois não existiram
praticamente paragens, voltamos a ter dificuldades em encontrar o caminho certo,
foi então que tivemos a sorte de encontrar um veterano destas andanças,
Sr. Fernando, que fez um desvio em cerca de 30 Km para nos encaminhar, mais
uma vez obrigado.
No horizonte avistavam-se as serras de Aire e Candeeiros, e sabendo que o destino
ficava logo após as montanhas continuamos determinados. Ainda estamos
para encontrar a rotunda indicada por um casal de idosos, amigo Ribeiro eu acho
que falavam era de um cruzamento.
Optamos por seguir a estrada de Minde em direção a Fátima,
esta última etapa foi a mais dura, pois já tínhamos percorrido
2/3 do caminho com cerca de 100 Km e tínhamos agora de, adivinhem lá...,
em caso de dúvida sobe-se!!
O
Santuário apesar de situado na Cova da Iria fica numa cota bastante superior
a Minde, mas estávamos bem preparados fisicamente, isto de andar pelos
tracks do nosso amigo Paulo deu os seus frutos.
É bom quando começamos a sentir que estamos perto do destino,
deu-nos alento, chegamos cerca das 14h com 150Km percorridos em 6h24, quase
que parecia um contra relógio, missão cumprida.
Entrando no recinto sente-se aquele silêncio, uma paz interior. Tínhamos
o objetivo inicial de apanhar o comboio das 17h55 na estação de
Fátima que fica a 25 Km do Santuário, ainda tivemos tempo de queimar
umas velas, almoçar (a cor vermelha foi do frio!) e ver um desfile de
carnaval onde pudemos apreciar a “paisagem”...Ámen! Depois
de um belo almoço rolamos nas calmas em direção à
estação onde pudemos descansar enquanto o sol se punha.
A viagem de regresso correu bem, não fosse o tempo de espera na estação
da Bobadela (45min) onde ocorreu
um incidente, deixo aqui um apelo, quando estiverem desesperados ao ponto de
se suicidarem não o façam para a linha do comboio, tínhamos
sono e estávamos cansados.
Resumindo foi uma bela aventura, a repetir certamente, alguns aspetos menos
positivos como a sinalização e a falta de cuidado por parte das
autarquias na manutenção do caminho, ficou pela companhia e desafio.
Amigos, para estas coisas é muito importante o treino, alimentação,
hidratação e companhia durante o passeio.
Boas pedaladas!!"
Fátima 18 e 19 de Setembro 2010 o nossos Heldócas
e companhia atiram-se a esta aventura e até escreveram a crónica
que aqui se segue.
Depois de uma pequena conversa com um amigo, Tiago, tipo “É pá
um dia temos de ir a Fátima de bike!”e não é que
foi logo nessa semana que decidimos transformar a ideia em pedalanço??
Como
combinado, o ponto de encontro foi as bombas da Galp do Oriente, às 6h30.
Com um grupo reduzido a 4 elementos corajosos e desejosos de diversão,
lá partimos. Pouco andámos e logo fizemos a primeira paragem para
o pequeno-almoço. Pouco depois, andámos pela Expo a tirar fotos
ao nascer do sol e só depois decidimos partir rumo ao destino da 1ªetapa,
Olhos d’Água… isto por volta das 8h30.
Sem pressas e com o espírito bicicloturístico, pedalámos
em direcção ao rio Trancão, onde muitas melgas (os bichinhos
voadores…) esvoaçavam junto ao rio e nos foram atacando pelo caminho
que nos fez acelerar até Loures.
Seguiu-se sempre por trilho via Granja, Alpriate em direcção ao
Museu do Ar, em Alverca. Depois de uns bonecos, seguimos por Alhandra junto
ao rio, em direcção a Vila Franca de Xira. Depois de uns kms por
alcatrão, chegámos à Azambuja. De seguida, entrámos
pelos tomatais a dentro, sempre com aquele odor a tomate lá fomos pedalando
com muita alegria, em direcção a Valada, ao chegarmos a Valada
procuramos de imediato um tasco que nos serviu uma valentes bifanas, com acompanhamento
de sumos e água mas, cá para mim, a rega foi a sumo de cevada.
De pança cheia, seguimos por estradão a uma boa marcha onde um
bons kms mais á frente demos com o aeródromo de Santarém,
carregado de Minis (carros! Lá estão vocês a pensar NAS
minis...). Apreciámos as gincanas, mais umas minis e demos a partida
rumo à subida íngreme ao cume de Santarém. Começa
o sobe e sobe e desce, apanhámos uma barrigada de figos pelo caminho
e chegámos a Olhos d’Água, já ao cair da noite.
Já
à nossa espera estava o vigilante de serviço que nos aconselhou
a morder qualquer coisa porque o bar estava prestes a fechar e só depois
irmos guardar as máquinas. Fomos instalados no dormitório e dormimos
que nem uns passarinhos. Devido ao cansaço e aos dorminhocos que me acompanharam,
iniciámos o 2º dia de pedalanço por volta das 11 da manhã.
Antes de partir, depois de um pequeno-almoço tomado, apreciámos
a beleza da nascente do Alviela (Olhos d’Água), beleza esta rara,
água límpida, passarinhos a cantar e peixes a nadar, procurávamos
o vigilante para que nos abrisse a porta da garagem das bicicletas. Depois de
bikes lubrificadas e revistas, lançámo-nos, a subir por trilhos
em direcção à Serra de Sto. António, com muita companhia
de pedalantes vindos de outras paragens mas com o mesmo destino. Sempre
com grande garra lá fomos transpondo a subida longa da serra até
chegarmos ao miradouro. Depois de fotos tiradas, descemos para Minde e seguidamente
deparamos com famoso Covão do Coelho, um tanto por estrada até
chegar a um trilho bastante longo onde nos cruzámos com imensos pedalantes,
alguns já repetidamente e depois de feita a pergunta “Fátima
ainda é longe?” e “Não, é já ali”,
mais uma boas pedaladas e encontramos um marco que nos indica que ainda faltavam
16,200 kms até à chegada.
Depois de tanta subida, para nós já não era motivo de desmotivação.
Entroncámos à estrada, onde o nosso amigo Tiago mandou um terno
valente, para estrear a bike.
Numas esfoladelas e nada de grave, seguimos mais uns kms e avistámos
a torre do Santuário de Fátima, às 15h30.
Seguiu-se
uma paragem na tasca para hidratarmos o corpinho e dar umas dentadas nas sandochas
de presunto.
Seguimos pelo largo do Santuário com algumas paragens para poses com
Santos e altares. Já em qualquer coisa como 16h30, rumámos pelo
alcatrão e por “GPS de língua”, conseguindo saber
que a estação de Fátima ficava a 25 kms de distância
e lá fizemos mais umas descidas e subidas.
Às 17h46, encontrávamo-nos na estação enquanto o
comboio chegava às 17h55. O Tiago desloca-se à bilheteira, pede
os bilhetes e o funcionário da CP diz-lhe que teríamos de ficar
em terra. Desloquei-me ao homem e pedi-lhe 4 bilhetes para o Oriente, com bicicleta,
sff. Prontamente nos foram vendidos sem um pio (devo ter cara de mau!), entrámos
no comboio que nos levou ao Entroncamento, onde se fez a mudança para
outro comboio e rumámos bem instalados até ao Oriente, chegada
pelas 20h05.
Assim se finalizou esta expedição a Fátima.
Resumindo foi um fim-de-semana maravilhoso de pedalanço e de vistas.
Estatísticas:
Partida da Expo 8h30 (dia 18/09)
Chegada a Olhos de água 21 horas (dia 18/09)
Partida de olhos de água 11horas (19/09)
Chegada a Fátima (santuário) 15h30
Partida de Fátima para estação cp de Fátima 16h30
Chegada à estação CP de Fátima 17h50 (o
comboio chegou ás 17h55) foi mesmo em cima
Total de kms percorridos 182,81 kms
Total de horas a pedalar 12h51m
Média final 14.15 kms/hora
Subida acumulada – 1379 metros
Descida acumulada – 1115 metros
Trilho em formato GPX Fátima Aviso: publicado o original da GPSIES
até estar disponível o efectuado.